A pesquisa de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) catarinenses em março apresentou uma pequena elevação de 0,5 pontos na comparação mensal, atingindo a marca de 143,8 pontos. Apesar de pequena, a alta interrompe o ciclo de queda do índice, verificado nos dois últimos meses, e mantém em patamares elevados o grau de otimismo das famílias em relação às suas próprias possibilidades de consumo.
A pesquisa feita pela Federação de Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio-SC) foi baseada na entrevista de 500 consumidores de Florianópolis com idade superior a 18 anos. De acordo com a pesquisa, o consumo atual teve queda de -1,7% com relação a março, mas atingiu, no acumulado do ano, alta de 3,8%. Em termos absolutos, o índice ficou em 112,9 pontos.
Os índices sobre emprego (142,3%), renda (159,4%) e consumo (112,9) continuam tendo, por parte das famílias catarinenses, uma percepção muito positiva, todos bem acima dos 100 pontos (o limite entre o pessimismo e o otimismo). Na perspectiva profissional, porém, o índice ficou abaixo, marcando 99,1%. A forte queda do resultado deste índice pode ser explicada pela incerteza quanto à economia brasileira e à alta da inflação. A baixa qualificação de uma grande parcela da mão de obra assalariada brasileira também ajuda a puxar o índice para baixo.
Crédito
O crédito, grande alavanca de crescimento do consumo e do Produto Interno Bruto (PIB), continua sua trajetória de otimismo na percepção das famílias catarinenses. Na comparação com o mês de março houve um avanço de 3%, acumulando uma variação positiva anual de 6,1%. Em termos absolutos, o índice subiu para 163,6 pontos (era de 158,7 em março).
Em relação à perspectiva de consumo, também é positiva para as famílias catarinenses, o índice se encontra com 148,3 pontos. Na comparação mensal, houve queda de 0,2%. Já na anual, a variação positiva foi de 4%.
Alta nos bens duráveis
O consumo de bens duráveis apresentou alta no mês de 5,4%, chegando a 181,5 pontos. No ano, a variação é de 1,15%.
O que explica esta alta na percepção do otimismo das famílias foi o anúncio da manutenção da redução das alíquotas de IPI para alguns produtos, bem como a permanência de uma política de grande disponibilidade de acesso ao crédito barato e facilitado.
Conclusão
O ICF de abril expressa o otimismo dos catarinenses com uma economia que apresenta possibilidade de aumento do PIB no ano, crescimento ancorado na expansão justamente do consumo das famílias, com base na maior renda e no maior nível de crédito. Mesmo considerando um momento de pressão inflacionária, as famílias catarinenses apostam num ano de atividade econômica maior do que o do ano passado, o que explica esse otimismo.