O número de catarinenses que admitiram ter consumido algum produto pirata caiu 13,8 pontos percentuais (p.p.) em relação ao levantamento feito pela Fecomércio SC em 2011, passando de 57,8% para 43,9%, segundo a recente pesquisa Pirataria em Santa Catarina, realizada em novembro de 2014 pela entidade, em sete municípios do Estado: Lages, Chapecó, Blumenau, Joinville, Criciúma, Itajaí e Florianópolis. A pesquisa constatou que as famílias de renda mais baixa foram justamente aquelas que mais deixaram de consumir mercadorias piratas (queda de 22,1 p.p.), mostrando que os ganhos de renda nessas camadas sociais têm impacto direto na formalização da economia.
Para o presidente da Fecomércio SC, Bruno Breithaupt, o combate à pirataria e à falsificação de produtos é um compromisso diretamente relacionado à formalização e à competitividade do setor terciário. "Para quem revende este tipo de mercadoria, há a sensação de lucro rápido. Para o consumidor, economia e fácil acesso às novidades do mercado. Cabe lembrar, no entanto, que ao não pagar impostos, nem os custos legais para manter um estabelecimento comercial formal, o atravessador retira recursos do município e, consequentemente, de escolas, postos de saúde e demais serviços públicos. Coibir o comércio eventual tem relação direta com a sustentabilidade, produtividade e formalidade do comércio. Os esforços devem promover a igualdade econômica entre os comerciantes e a segurança do consumidor na hora da compra", diz o presidente da Fecomércio SC, Bruno Breithaupt.
Rejeição
A categoria de produtos com maior grau de rejeição à pirataria, aqueles que os consumidores jamais consumiriam, foi medicamentos (34,5%), seguida por equipamentos eletrônicos (14,4%). Em contrapartida, o principal motivo elencado pelos catarinenses para o consumo de pirataria é o baixo preço (80,2%). Confirmando isso, os produtos mais consumidos foram CDs e DVDs (44,6%), que chegam a ter uma variação de 90% nos preços entre originais e piratas. Depois vêm, na sequência, óculos (9,7%), equipamentos eletrônicos (8,5%) e roupas (7,3%).
O percentual de consumidores que afirmou lembrar-se de alguma campanha contra produtos pirata foi elevado: 73,5%. No entanto, apenas 36,6% dos catarinenses acreditam que as campanhas são efetivas.
Prejuízos
Na maior parte das afirmações, os consumidores mostraram-se conscientes em relação aos prejuízos da pirataria. A maioria sabe que a prática alimenta a sonegação de impostos (86,4%), prejudica o fabricante ou artista do produto pirateado (92,3%), afeta o faturamento do comércio (86,4%), financia o crime organizado (75,6%) e que os produtos piratas podem causar consequências negativas à saúde dos seus usuários (78,9%).
Em outras perguntas, as respostas ficaram mais equilibradas, ainda que com predomínio do conhecimento em relação à questão. Somente 53,8% têm noção de que a pirataria causa desemprego, 65,4% consideram a compra de pirataria crime e 54,8% têm discernimento de que os produtos piratas causam aumento do preço dos produtos originais. No entanto, 71,9% dos catarinenses não consideram crime baixar filmes e músicas da internet. Em 2011, esse índice era de 76%.
A Pesquisa Fecomércio - Pirataria em Santa Catarina 2014 foi divulgada durante o Fórum Estratégico para Alavancar a Competitividade: Construção de Marca e Enfrentamento de Falsificações, realizado no final da tarde desta quarta-feira, 3 de dezembro, Dia Nacional de Combate à Pirataria, e que reuniu dirigentes de entidades representativas de diversos setores econômicos, poder público e escritórios de advocacia especializados em propriedade intelectual.